Um escape profissional que muita gente deposita esperança são as plataformas e os marketplaces que fazem parte da economia compartilhada, tal como uber e airbnb. De fato, nestes últimos anos, vender sua habilidade como motorista ou anfitrião de um imóvel ou ainda ofertar horas de um recurso ocioso pela web é uma alternativa profissional para geração de renda. A questão é: até que ponto a automação vai influenciar neste cenário? E mais, não ficaremos dependentes de plataformas no futuro?
Airbnb
Eu quero começar a falar do airbnb. O primeiro ponto desta plataforma é que sem posse você não consegue prestar serviço. Ou seja, você depende, claro, de ter um imóvel pra gerar renda. Aqui no Brasil não é tão comum assim, mas quando você viaja pra fora e fica num airbnb, dificilmente alguém vai te receber na porta. Sistemas automatizados, com senha, permitem que você acesse o imóvel sem a necessidade de um anfitrião. Realidade assim já está presente também em hotéis. Minha irmã teve num destes no Japão há um tempo atrás e, durante a sua estadia, não viu ninguém de carne e osso lá.
Assistente inteligente
Às vezes a gente está sendo assessorado por um algoritmo e nem se dá conta. Eu sou anfitrião de airbnb, tenho um apezinho na minha cidade que está disponível pra locação de curta duração. Quando eu esqueço de liberar a agenda, de vez em quando, recebo uma mensagem do algoritmo, dizendo: “viu, por que você não libera sua agenda entre os dias 25 e 31 de dezembro? Está havendo muita procura nestes dias”. Ou ainda: “por que você não coloca um forno micro-ondas no seu espaço? É possível que sua avaliação ficará melhor”.
Ideias de design
Quer mais exemplos? Você já usou ou deve usar com frequência o power point, não é? Nos últimos tempos, a minha vida de palestrante tem sido facilitada bastante. Graças a um recursinho chamado “ideias de design”. Eu monto um slide e o software da Microsoft me dá um monte de ideia pra eu deixar melhor a aparência da apresentação. E, detalhe, sem eu entender nada de design ou edição de imagens. Eu tenho uma GoPro. Quando eu faço um monte de filmes num dia, o software me dá a opção de gerar um vídeo já editado com os melhores momentos. Quando mostrei o recurso pro cara que cuida do meu canal no youtube, ele se assustou e disse: “os caras tão querendo tomar o lugar dos produtores”.
Uber
Tá legal, Döll. E o Uber, o que vai ser do Uber? Bem, por enquanto, os motoristas tão sobrevivendo ao vender horas de capacidade cognitiva de dirigir um carro? A pergunta é: até quando? Você continua achando o carro autônomo uma utopia? No final desta análise, vá até o Google e busque pelos carros autônomos da Tesla. Não é ficção, não. O pior é quando a gente se faz a seguinte pergunta: quem dirigiria melhor um carro: um homem ou uma máquina? Será que haveria tantos acidentes se os carros autônomos predominassem?
Futuro das plataformas
Você já parou pra pensar num trânsito em que todos os carros fossem controlados por algoritmos. Além disso, e se eles se conectassem pela internet das coisas? Assim como o motorista humano substituiu o cavalo na Revolução Industrial, é provável que o software substitua o ser humano nesta tarefa. Eu sei, era quase impossível pensar nisso há um tempo. Mas e agora? Até o Google e a Testa estão fazendo caminhão andar sozinho e com segurança numa estrada!
Em resumo, continua achando que as plataformas representam boas oportunidades para vender e contratar serviços, dando um alento profissional, mas não deposite tanta ficha assim, o que pode ser rentável pra você hoje não é garantia de sucesso no futuro. Pense nisso, continue aqui comigo e até semana que vem.