Esta história de ter que ficar em casa tem feito a gente refletir. Parece que tudo virou de perna pro ar. Temos que trabalhar em casa, junto com nossos filhos, as escolas mandando atividades, todo mundo conectado e por aí vai. A impressão é que tudo antes tinha uma caixinha separada e agora, no entanto, tá tudo numa caixa só. Afinal, dá pra separar trabalho e família? Hoje, então, eu quero falar sobre equilíbrio e resultado.
Equilíbrio e resultado
O consultor Cristian Barbosa, que como eu, também é formado em Computação, no seu último livro “Por que as pessoas não fazem o que deveriam fazer?” fala bastante sobre esta dicotomia: equilíbrio e resultado. No mundo corporativo, fala-se muito do absenteísmo, que é quando o indivíduo se atrasa ou falta ao trabalho, geralmente por problemas de saúde. O que pouca gente fala, entretanto, é sobre o presenteísmo, que acontece quando o cidadão vai trabalhar, não falta, porém sua produtividade é quase nula, em geral também, por problemas de saúde física, mental, emocional ou espiritual.
Grandezas inversamente proporcionais?
Imagine que você quer viajar e resolve convidar alguém, uma outra família talvez. Já percebeu como é difícil? Quem tem tempo, não tem dinheiro e quem tem dinheiro não tem tempo. Parece, em resumo, que estas duas grandezas, equilíbrio e resultado, são inversamente proporcionais. Será então que pessoas saudáveis não conseguem entregar resultado? Enfim, será que pessoas que são altamente produtivas só fazem isso pagando um custo alto, como noites mal dormidas, 12 horas de trabalho por dia ou muito tempo sem ver a família?
Life goal
Sinceramente, este deve ser o nosso grande desafio: equilíbrio e resultado. É fácil? Não é. Importante, todavia, é te-lo como um contínuo life goal, um objetivo de vida. Quem já teve a experiência de empreender, sabe que o começo é muito difícil, parece que os primeiros degraus são muito altos e não tem como ser diferente. A impressão que dá é que a gente bate o escanteio e corre na área pra cabecear. No início, a busca pelo resultado parece prevalecer ao equilíbrio, não tem jeito. A questão, porém, é que isso não se sustenta por muito tempo.
O urgente ficou importante
De certo modo, esta crise que estamos vivendo e que é classificada pela OMS como a maior crise sanitária mundial da nossa época, tenha nos feito rever alguns conceitos. O que era só importante virou urgente. Parece que as pessoas estão desesperadas por exercícios físicos, tá todo mundo falando em yoga. Até meditação tem gente aprendendo a fazer. Talvez tenha sobrado um tempo para que as pessoas façam não somente reuniões com colegas de trabalho, mas reuniões consigo mesmo.
Reinvenção
Há uns dias, falei aqui sobre a nossa excessiva exposição às telas. E com a pandemia, aumentou mais ainda, pois ficamos mais tempo na frente do computador, de modo geral. Quero compartilhar com vocês algo que redescobri nestes dias de isolamento social: os jogos de tabuleiro. Comecei até uma coleção deles junto com meus filhos. Batalha naval, combate, war, entre outros, além de afastarem das telas, aumentam o seu tempo com a família.
Trabalho e família se misturam
Por fim, concluo dizendo que o corona vírus tem nos exigido maior organização e domínio sobre nossa próprias vidas. Trabalho e família estão, pois, misturadas. Talvez, portanto, seja o momento de emplacar o famoso menos, porém melhor. No trabalho ou na empresa, evitar o desperdício de tempo, focar no que é importante e sem hipocrisia, naquilo que traz, de fato, rentabilidade e retorno, seja ele material ou não.