Hoje, eu continuo a falar do futuro do trabalho, destacando o modo e as possibilidades de atuação dos robôs nas mais diversas áreas de conhecimento. Algumas são bem óbvias, outras, todavia, nem tanto. Um cenário bem comum em diversos países são as praças de pedágio automatizadas. Aos poucos, entretanto, elas vão aumentando no Brasil também. Não faz sentido um ser humano fazendo troco e controlando a passagem dos carros. Hoje, portanto, eu quero falar de mais exemplos de automação, mundo a fora.
Futuro do trabalho
Yuval Harari, famoso pensador sobre o futuro do trabalho e autor de Homo Deus, Homo Sapiens, entre outras obras, cita o exemplo de uma farmácia, de São Francisco, na Califórnia. Lançada em 2011, quase 10 anos atrás, é operada por um único robô. Segundo consta, no primeiro ano de operação, a farmácia atendeu a 2 milhões de receitas, sem cometer um erro sequer. Pesquisas afirmam que, na média, farmacêuticos humanos em lojas tradicionais, cometem erros em 1,7% das receitas.

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Amazon Go
Outro exemplo bacana é a Amazon Go, a loja futurista da Amazon, que eu já citei aqui. São lojas sem checkout. São diferentes, inclusive das lojas com self-checkout, bem comuns inclusive no Brasil. Nestas você passa sozinho seus produtos sem precisar de um caixa humano. A Amazon Go faz mais do que isto. Ela não tem nenhum tipo de checkout. Basta você pegar os produtos na loja, colocar na sacola e sair da loja. Você será cobrado de modo automático.
CafeX
Já citei também a Zume Pizza, aquela pizzaria em que o pizzaiolo é um robô. Além disso, ela é operada por caminhões-forno. Ou seja, a pizza chega na sua casa direto do forno. Por enquanto, estes caminhões são dirigidos por humanos, mas até quando? Também da Califórnia é o caso da cafeX, uma cafeteria de cafeterias em São Francisco, em que o barista é um robô.
Call center
Os robôs também marcam presença quando o assunto é atendimento ao cliente. Você já deve ter ouvido uma história de que as empresas de call center treinam os atendentes humanos para reagirem e falaram de acordo com os clientes, seja na velocidade ou tom de voz. Num sistema chamado Mattersight, é mais ou menos isso que acontece. Quando você liga, o algoritmo ouve sua demanda, analisa suas palavras e voz. Ele é capaz de deduzir não apenas seu estado emocional como também o tipo de sua personalidade. Com isso, o algoritmo o conecta você ao atendente que melhor se encaixa no seu humor e na sua personalidade.
Moneyball
Mais um exemplo, pra encerrar, vem do esporte. Você já assistiu o filme Moneyball? Lançado em 2011 e estrelado por Brad Pitt, ele conta a história real de Billy Beane, o gerente do Oakland Athletics. Em 2002, o time de baseball tinha um orçamento baixo e queria montar um time competitivo para a temporada. Billy conhece Peter Brand, um gênio da economia e que desenvolve uma metodologia estatística, um algoritmo na verdade, para selecionar e contratar jogadores de bom custo-benefício, digamos assim. Até os cartolas talvez estejam com os dias contados.
Na verdade, quanto mais especializado, mais nichado, mais específicas sejam as tarefas que um humano faz em sua profissão, mais fácil, em tese, é do robô ou algoritmo com inteligência artificial desempenhar o papel. Eu imagino então que hoje, depois de ter visto exemplos reais, você reflita mais sobre o futuro do trabalho e comece no mínimo a se perguntar: será que minha profissão corre risco de ser substituída por um robô. Este é o assunto da semana que vem.