Quem me acompanha, sabe o quanto gosto do scrum, a metodologia ágil mais popular para gestão de projetos. Minha formação em tecnologia e mestrado em engenharia de software me tornaram mais próximo ainda desta abordagem uma vez que ela foi primeiramente usada em equipes de desenvolvimento de software e depois migrou para as mais diversas áreas de produção e gestão. Hoje então o assunto é o Scrum e as atitudes que devemos ter para adotá-lo na plenitude.
Tire seu projeto do papel
A análise desta semana está fortemente influenciada pela leitura recente que fiz de um livro muito bacana e fininho do Alexandre Magno, o primeiro certificador Scrum do Brasil. O livro se chama “tire seu projeto do papel”. Primeiramente, uma primeira virtude do livro é trazer o scrum para o âmbito pessoal, não necessariamente empresarial. Afinal, tem como adotar o scrum se eu não sou empreendedor, não tenho empresa, não tenho equipe, nem lidero times? Eu sou vendedor, sou autônomo, sou dentista ou médico, sou professor, posso usar o Scrum? A resposta é, pois, sim.
Scrum
Eu prometo que nas próximas semanas, falarei das cerimônias, práticas e regras do scrum. Mas hoje, não. Hoje eu quero destacar a importância de se preparar para usar o scrum. Isto significa dizer que você terá que reavaliar seu comportamento, revisitar suas crenças e, talvez, mudar seu mindset. Sendo assim, um dos aspectos que merecem destaque é o que o Magno chama de paralisia analítica. Você já conheceu alguém que é um expert, estudioso e inteligente, mas tem medo de colocar suas ideias em prática, achando que nunca está 100% pronto para a execução?
O ótimo é inimigo do bom
O ótimo é inimigo do bom. Cuidado! Vejam: ninguém começa a fazer algo sendo 100% competente no ramo. Isso é impossível. O que eu quero dizer, no entanto, é que o excesso de planejamento e de análise podem paralisar você. É necessário começar, colocar o time em campo, praticar, interagir, falar com pessoas, ouvir, receber feedback. Você alguma vez já passou por uma experiência em que analisou, planejou, projetou horas e horas, talvez dias ou meses e na primeira ação que fez, teve que mudar todo o plano? Pois é… aqui entra a famosa frase do Myke Tyson: todo mundo tem um plano até levar o primeiro soco na cara.
Abrace o erro
Outro comportamento interessante é: abrace o erro. Não tenha medo dele. Não é ser intempestivo, sair fazendo sem qualquer análise. Não é isso! Não ter medo do erro é aceitá-lo, na verdade, eu diria, até, buscá-lo. Thomas Edison fracassou 700 vezes até acender uma lâmpada. Agora… se o erro é inevitável, o que precisamos é saber errar. Isso significa errar aos poucos, gerando, portanto, menor impacto possível.
Produto mínimo viável
As statups usam muito um termo chamado MVP, que é produto mínimo viável. Eu traduziria aqui para nosso contexto em parte mínima viável, ou seja, uma parte pequena do seu projeto que pode ser executada e validada em seguida. Esta parte envolve pouco risco e pouco esforço, normalmente pode ser desenvolvida em uma semana e te dá condições de avançar em direção ao seu grande objetivo.
Em resumo, lembrem-se: o ótimo é inimigo do bom, não tenha medo de errar e erre aos poucos. Com esta configuração mental definida, podemos a partir da semana que vem, falar das cerimônias e papeis do scrum.