Hoje, continuaremos a falar sobre o futuro das profissões, as profissões do futuro, o futuro do trabalho e da humanidade. Há um mês venho falando sobre as healthtechs e como a tecnologia vem impactando a área da da saúde. Prometo que aos poucos vou me descolando da medicina pra falar de outras profissões. Senão, os médicos e médicas vão achar que eu estou implicado com eles. O assunto de hoje é como a inteligência artificial pode ajudar na tomada de decisão.
Parece implicação, mas o fato é que a medicina é uma área que envolve diagnóstico e tomada de decisão, um prato cheio pra chamada inteligência artificial. Nos primórdios da IA, como costuma ser chamada, nos anos 70, os primeiros sistemas especialistas foram desenvolvidos exatamente pra área médica. De lá pra cá, muita coisa evoluiu e hoje a inteligência artificial não é mais aquela utopia de laboratório, ela é real, prática e surfa na onda da exponencialidade.
Diagnóstico de doenças
Hoje, o Watson, da IBM, tem sido muito utilizado para o diagnóstico de doenças. A inteligência artificial, embutida no Watson, começa a dar sinais de que funciona melhor que o ser humano quando a tarefa é diagnosticar doenças. Num experimento recente, um sistema baseado em IA, diagnosticou corretamente 90% de casos de câncer de pulmão entre os que lhe foram apresentados, enquanto médicos humanos tiveram êxito em apenas 50% deles.
Tomada de decisão
Quando um especialista em sono diz que devemos dormir 7 horas e meia por dia, será que isto funciona igual pra todas as pessoas? Claro que não. Cada um tem um organismo, um sistema diferente. E, além do mais, um dia é diferente do outro. Se você teve um dia difícil, exagerou na comida no dia anterior ou teve um dia mais estressante, talvez você precise de mais ou menos hora de sono. Em resumo, não é a regra geral que vai funcionar e sim o relógio conectado aos seus indicadores vitais que vai disparar um sinal para sua cortina automatizada no quarto para que ela abra no momento exato para despertar.
Automação com inteligência artificial
Na minha casa, nós projetamos um sistema de irrigação da grama por meio de dutos. A água da chuva captada por uma cisterna é levada até aspersores escamoteáveis. Eu já falei do sistema aqui, a propósito. Para ligar e desligar a irrigação, eu uso o celular ou um comando de voz. Mas a questão é: Quando devo molhar a grama? De manhã? No final da tarde? Quanto tempo deve ficar ligado? Com que frequência devo ligar? Um algoritmo de inteligência artificial, entretanto, com dados da previsão do tempo e recebendo dados de sensores enterrados na grama saberiam exatamente o momento de ligar e desligar o sistema.
Insight do algoritmo
Você continua achando que o algoritmo não consegue te ajudar a tomar uma decisão? Imagine a seguinte situação: você está prestes a entrar numa importante reunião de negócios. Uma decisão crucial precisa ser tomada para o futuro da sua empresa. Todavia, você não está se sentindo bem. Ao consultar seu smartwatch, você percebe que o seu nível de dopamina está muito baixo. Talvez não seja o melhor momento pra bater o martelo na reunião. O insight do algoritmo é o seguinte. Faça a reunião, converse, troque ideias, mas hoje não é dia de tomar nenhuma decisão nem fechar nenhum negócio.
Nesta época de pandemia, você deve ter percebido que a estatística, os algoritmos e a tecnologia apareceram na pauta dos médicos e profissionais de saúde. Em 2008, o Google lançou o Google Flu Trends que rastreia surtos de gripe monitorando buscas realizadas. Claro que isso envolve perder privacidade. A leitura de nossos e-mails e o rastreamento das nossas atividades poderiam, portanto, nos alertar sobre epidemias em formação. Privacidade e segurança, convenhamos, são forças inversamente proporcionais.