As pessoas que trabalham diretamente comigo e vocês que me acompanham semanalmente sabem do meu apreço pelo Scrum, do qual falei bastante nas últimas semanas. Na verdade, sou apaixonado pelas metodologias ágeis de trabalho, seja em ambiente corporativo ou educacional, nos quais transito. Outra abordagem, no entanto, que faz parte do guarda-chuva das metodologias ágeis são os OKRs, que significam objectives and key results ou, objetivos e resultados chaves. Este é o assunto de hoje.
Por que pensar em metas?
De certa forma, os OKRs são um jeito mais moderno e diferente de falar de um assunto clássico em qualquer empresa, as chamadas metas. Inspirado em Simon Sinek, vamos começar pelo porquê. Afinal, por que precisamos falar de meta? E por que você precisa defini-la com clareza? Pesquisas recentes atestam que menos de 30% dos trabalhadores americanos se dizem engajados. E mais ainda, cerca de 10% entendem completamente as estratégias da empresa e o que se espera deles. Ou seja, temos dois problemas: falta de engajamento e baixa clareza de missão e proposito na empresa.
O poder dos OKRs
Eu costumo dizer que produtividade, em resumo, é matemática. Não tem como pensar em ser produtivo sem objetivos e, principalmente, sem indicadores para medir os objetivos. OKR, portanto, é dividido em duas partes: os objetivos e os resultados-chave. Vamos, então, a um exemplo. Quero emagrecer. Todo mundo tem este objetivo, né? Perceba que ele é abstrato e não mensurável. Com ele, vem os indicadores-chave. Eu poderia definir dois: primeiro, atingir 75 quilogramas de massa corporal e, segundo, atingir 15% de gordura corporal. Com os resultados-chave, ficou mais concreto, não é mesmo?
Onde nasceu o OKR?
Hoje em dia, está um pouco ultrapassada aquela ideia de missão, visão e valores, que a gente costumava encontrar em painéis de grandes empresas. Os OKRs, entretanto, são mais contemporâneos e, pra variar, nasceram nas empresas de tecnologia. O pai dos OKRs é o Andy Grove, que foi presidente da Intel, até suceder a Gordon Moore, criador da famosa lei de moore, cuja afirmação é de que o poder de processamento de um computador dobra a cada dois anos. Groove, morreu com Parkison, aos 79 anos e é uma aclamada personalidade quando o assunto é tecnologia e negócios.
Aspecto minimalista
Uma das características que me agrada nos OKRs é sua premissa minimalista, em dois aspectos: primeiramente, o tempo de planejamento e, segundo, em termos da definição dos objetivos e resultados-chave. Há um tempo atrás quando se falava em planejamento estratégico, falava-se em 5 anos, depois baixou pra 3 e depois pra 1 ano. Os OKRs funcionam bem para 3 meses. Mas, Döll, três meses é muito pouco! Você acha mesmo? Então me conte: aquele planejamento empresarial pra 2020 que você fez no último trimestre do ano passado continua igual depois do corona vírus?
Objetivos e resultados-chave
E o segundo aspecto minimalista é a quantidade de objetivos e resultados-chave. Muitos objetivos não funcionam. Quer um exemplo? Lembra das famosas resoluções de final de ano. Richard Wiseman, um psicólogo britânico, após uma pesquisa sobre o assunto, revelou que apenas 12% das pessoas conseguem manter e alcançar os objetivos durante o ano. E uma das razões, sabe qual é? As pessoas definem 749 objetivos diferentes e no, final, não conseguem fazer nenhum deles. Todavia, os OKRs sugerem de 3 a 5 objetivos para um trimestre, acompanhados de 3 a 5 resultados-chave.
Em resumo, metas exigem acompanhamento, caráter desafiador e dosagem cuidadosa. É preciso, portanto, ter prioridade, esta palavra que significa dar privilégio a algo ou alguém. Não tem como priorizar tudo. Enfim, eu prometo que falarei mais dos OKRs, os objetivos e resultados-chave nas próximas semanas.