Hoje costumamos ouvir que vivemos em tempos exponenciais e não mais, lineares. Isto significa, então, dizer que a inovação e a tecnologia avançam numa proporção cada vez maior a cada ano que passa. No livro A estrada do futuro, escrito em 1995, Bill Gates dizia que o mundo mudaria mais nos próximos 5 anos do que mudou nos últimos 30. Talvez esta frase retrate o que se entende hoje por exponencialidade. Hoje, portanto, vamos falar de futuro e previsão.
Previsão do futuro
Falar de futuro é sempre muito difícil e eu, diria, arriscado. Até porque eu posso falar o que eu quiser aqui, apesar de ficar registrado, poucas serão as me pessoas que me cobrarão lá na frente a previsão errada que fiz. Conheço pessoas céticas em relação a futuro, aquelas que quando você diz que em breve terremos carros autônomos, te respondem assim: to ouvindo esta história de carros autônomos e voadores já faz um tempão. E tem os entusiastas do progresso tecnológico que vivem com o pé no futuro. Eles, outrossim, acreditam na exponencialidade e na singularidade, cujo conceito já falei aqui. A meu ver, no entanto, precisamos de um ponto de equilíbrio.
Curto alcance
Mesmo especialistas, todavia, conseguem enxergar algumas questões apenas em um futuro bem próximo. Meteorologistas afirmam que nas próximas 48 horas é possível ter uma previsão confiável do tempo. A partir dali, as coisas começam a ficar difíceis. Há, inclusive, quem diga, que os meteorologistas erram até nas próximas 48 horas, o que na minha visão é uma injustiça. Ocorre, entretanto, que quando eles afirmaram que hoje tinha 60% de chance de chuva e não choveu, nós desprezamos a estatísticas e só pensamos no fato de não ter chovido.
Efeito-borboleta
Em 1990, dois caras chamados Sergey Brin e Larry Page tentaram vender uma empresa que haviam fundado por 1,6 milhão de dólares. Ninguém se interessou. Agora em 2020, o Google passou a valer mais de 1 trilhão de dólares, marcas só superadas por Apple e Microsoft. A pergunta é: por que nenhum futurista previu isso no final do século passado? Como que ninguém imaginou que mecanismos de busca iriam faturar mais do que qualquer outro tipo de negócio? Em outras palavras, as coisas são mais complexas do que imaginamos que sejam. Além disso, quando se fala em sistemas complexos, pequenas alterações no conjunto podem ser amplificadas e produzir grandes efeitos. Quem assistiu efeito-borboleta, sabe do que eu estou falando.
Alimentação no futuro
Um dos aspectos que mais nos angustia em relação ao futuro é a alimentação. Em resumo, como viveremos equivale a como comeremos? Hoje, um dos maiores propósitos da IBM diz respeito a inovação relacionada a alimentação, por meio da supercomputação e da inteligência artificial, impulsionada pelo seu carro-chefe, o Watson. Uma das soluções é o chamado IBM Food Trust, que com blockchain pretende melhorar a transparência, a padronização e o fornecimento de toda a cadeia de de alimentos.
Saúde e alimentação
Esta preocupação com a alimentação me parece justa. Em 2030, seremos mais de 8 bilhões de pessoas. Além disso, com certo grau de certeza, podemos afirmar que já está entre nós o indivíduo que viverá 150 anos. Ou seja, mais pessoas no mundo e vivendo por mais tempo. Hoje, estima-se que nos Estados Unidos, 40% das pessoas sofram com algum problema de saúde relacionada a alimentação.
Consumo de carne
Um cenário possível para o futuro é a redução no consumo de carne. O documentário “the game changers” apesar de criticado por alguns profissionais de saúde, retrata uma perspectiva interessante sobre o consumo de carne. Será que até 2030, a tecnologia vai igualar o gostinho de uma picanha num produto feito de plantas? Será que não mataremos animais no futuro? Será que comer carne será tão menos charmoso quanto fumar hoje é?